sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

1º Entrevista do "Entrevistas por Thiago Oliveira"

1º ENTREVISTADO - FELIPE FERREIRA

Felipe Ferreira é um jovem soteropolitano que sonha em levar aos palcos uma peça escrita e idealizada por ele. Sua companhia de teatro, a Luzes de Narciso, é formada por jovens atores que têm o desejo em comum com seu diretor de transformar uma idéia não muito nova em sucesso.

01 - Jovens que ambicionam o sucesso e que querem se descobrir e descobrir o que querem da própria vida. A peça Palcos da Vida, de autoria de Felipe Ferreira conta a história de seis jovens que se conhecem num curso de teatro e ali passam por experiências de autoconhecimento e de uma forma mais geral, aprendem a se relacionar o com o mundo que os cerca. Seria essa a definição correta para sua peça?
Seria. Seis jovens que vão vencer medos, superar decepções, driblar preconceitos e acima de tudo descobrirem a si mesmos e uns aos outros. Tudo isso em um palco de teatro, no palco da vida.

02 – Conta pra mim como se deu sua entrada no mundo do teatro, e o que levou você a escrever essa peça. Você acha que não tem boas opções para os jovens no teatro em Salvador?
Meu ingresso no teatro aconteceu em 2008, junto com minha grande parceira Adriana Lisboa. Começamos em um Curso na Barra com a Prof.ª Danielle Santana e logo que finalizamos esse curso, conhecemos Fábio Tavares e o Centro Cultural Ensaio, e posso dizer sem medo que ele é o nosso guia e grande incentivador no mundo do teatro. Fazemos curso de teatro lá, nossa Cia de Teatro reside lá e de lá não sairemos. Risos!
Quanto ao motivo que me levou a escrever Palcos da Vida, foi de ainda não me ver - como membro integrante da juventude baiana - representado no teatro. Lógico que tem muitas peças com temáticas atuais, direcionadas aos jovens, mas na minha visão não só de produtor, mas também de platéia acho que falta espetáculos que retratem o cotidiano dos jovens de uma forma clara, realista e sem maquiagens.

03 – Dizem que os personagens sempre levam alguma coisa dos seus autores. O que os personagens de Palcos da Vida levam de você?
Isso é verdade! Eu acho muito difícil um autor conseguir escrever sem colocar no texto um pouco do que ele pensa, do que ele sente, às vezes até o que ele queria viver e não viveu, queria dizer e não disse. Lógico que essas atribuições devem ser de forma consciente e que se encaixem no perfil do personagem em questão, para que haja uma coerência narrativa.

04 – Um dos personagens da peça se define como um cara que está aberto a tudo, ao que lhe der prazer. Por que se utilizar de um personagem tão, digamos multifacetado. Você acha por exemplo que o sexo está banalizado entre os jovens?
Um personagem não pode ser uno, limitado. Ele precisa ter varias nuances, várias facetas, foi-se o tempo em que o maniqueísmo humano fazia sucesso. E Zada Leme, o personagem em questão, como todos os outros seis personagens seguem essa mesma linha, tem seus erros, suas concepções e suas contradições. Zada só encabeça essa lista e tem esse apelo maior por ser bem resolvido e fazer aquilo que gosta, independente do que seja e verbalizar sem titubear, quando é perguntado sobre sua opção sexual: “EU SOU O QUE ME DAR PRAZER!”. Engraçado que essa frase é familiar? Quem será que falou? Risos! Com relação ao sexo eu acho que existem jovens e jovens, e infelizmente alguns confundem liberdade com banalidade.

05 – Qual a principal mensagem da peça? O que você espera passar para os jovens que irão assisti-la?
A principal mensagem da peça é que devemos aceitar nossa essência, nossa verdade. Temos que ser como nós realmente somos e não como a sociedade acha que agente deveria ser. Afinal de contas cada um sabe onde encontrar sua felicidade.

06 – Você acredita que a mensagem da peça seja direcionada apenas ao público jovem?
Com certeza não. Apesar de a peça ter como personagens centrais, seis jovens entre dezoito e vinte e dois anos, a mensagem vai ser dirigida para todas as idades. Afinal de contas ninguém vive sozinho no mundo. Os jovens têm pai, mãe e pessoas com as quais tem conflitos, divergências e lições.

07 – Qual a maior dificuldade em levar uma peça para os palcos?
A falta de valorização. É necessário mais valorização e investimento por parte dos órgãos estatais e privados. Não adianta levantar a bandeira da Cultura sem investir ou fazer nada por ela. Fica contraditório.

08 – No mundo artístico, em quem você se influenciou / influencia para criar os seus projetos?
Teatro: Fábio Tavares / Cinema: Glauber Rocha / Televisão: Andréia Horta

09 – Palcos da Vida fala dos sonhos de seis jovens. Qual é o maior sonho do jovem Felipe Ferreira?
Meu maior sonho é ter sucesso no mundo das artes e fazer da Luzes uma companhia reconhecida no cenário teatral baiano e nacional.

10 – A Cia Luzes de Narciso é formada por quantos atores?
Atualmente a Cia é formada por 09 atores, me incluindo na lista. O4 mulheres e 05 homens.

11 – Quais os próximos projetos da Cia Luzes de Narciso?
Atualmente estamos em cartaz com o espetáculo “QUADRILHA”, que tem texto de Jomar Magalhães e Direção de Fábio Tavares, baseado no poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade. Nos próximos meses entraremos na fase de Workshop da peça “UMA CÂMERA NA MÃO... DUAS PAIXÕES NO CORAÇÃO.” Que faz parte do Projeto Glauber Rocha, idealizado por mim com o objetivo de homenagear esse grande cineasta baiano que revolucionou o Cinema Nacional. E no segundo semestre retomaremos aos ensaios de Palcos Da Vida, com um elenco reformulado.

BATE BOLA

Nome: Felipe Ferreira Silva
Nome Artístico: Uso Felipe Ferreira, mas pra não ter nenhum ciúme entre as famílias posso fazer uma fusão e usar Felipe Silveira
Idade: 19
Cor Favorita: Azul
Música: Fábio Góes – Sem Mentira
Filme: Do Começo ao Fim
Ator: Milhen Cortaz
Atriz: Andréia Horta
Escritor: Lauro Cesar Muniz
Livro: Glauber Rocha – Sylvie Pierre
Programa de Tv: Séries
Palavra Que Mais Gosta: Sonho
Palavra Que Menos Gosta: Frustração
Uma Frase: Nasci para escrever grandes amores, não para vivê-los.
Deus é... Tudo
Lema de Vida: Viver sem tentar compreender.